
A inclusão e a diversidade no ambiente profissional têm avançado em muitas frentes, mas as pessoas bissexuais ainda enfrentam desafios significativos que contribuem para sua invisibilidade. Pesquisas recentes mostram que, em comparação com seus colegas gays e lésbicas, as pessoas bissexuais são menos propensas a se abrir sobre sua sexualidade. Um relatório da Out&Equal de 2023 revelou que apenas 22% das pessoas bissexuais se sentem confortáveis para declarar sua orientação sexual no trabalho, em contraste com 57% dos funcionários gays e lésbicas.
Esse medo de se revelar é, em parte, alimentado por estereótipos negativos e conceitos errôneos sobre a bissexualidade. Essa invisibilidade se reflete em estatísticas preocupantes: apenas 59% das pessoas bissexuais se sentem seguras para declarar sua orientação sexual, comparadas a 79% dos homens gays e 77% das mulheres lésbicas.
A cultura organizacional também é afetada por comportamentos e comentários que deslegitimam a bissexualidade. Um estudo da HRC revelou que 43% das pessoas colaboradoras LGBTQ+ já ouviram piadas sobre bissexuais no trabalho. Embora essas piadas possam parecer inofensivas, elas indicam um clima organizacional que muitas vezes zomba ou marginaliza identidades bissexuais.
Adicionalmente, mulheres LGBTQ+, especialmente as bissexuais, enfrentam microagressões com maior frequência. Um relatório da McKinsey & Company de 2020 mostrou que elas sofrem comentários humilhantes, que não apenas desestabilizam sua confiança, mas também perpetuam um ambiente hostil.
Relatos pessoais também evidenciam essas dificuldades. Uma mulher bissexual compartilhou que sua denúncia de assédio sexual não foi levada a sério porque sua orientação sexual era uma barreira.
Além disso, o reconhecimento e o reforço positivo da orientação sexual no trabalho são escassos para pessoas bissexuais. Apenas 7% delas relatam receber apoio, em comparação com 27% dos homens gays e 31% das mulheres lésbicas.
Portanto, promover a visibilidade bissexual e combater a bifobia no ambiente de trabalho é essencial. Somente assim poderemos garantir que todos os colaboradores, independentemente de sua orientação sexual, se sintam acolhidos e parte integrante da equipe, contribuindo para uma cultura de pertencimento que fortalece a diversidade e a inclusão em todas as suas formas.
Referências:
1. Out&Equal, Relatório About That B: Bi+ Inclusion at Work, 2023.
2. HRC Foundation’s Climate Study Degrees of Equality, 2009.
3. HRC, Human Rights Campaign’s the Cost of the Closet and the Rewards of Inclusion, 2014.
4. McKinsey & Company, How the LGBTQ+ community fares in the workplace, 2020.